sábado, 16 de julho de 2011

Voar como uma borboleta

Olhando para o céu, sonhadora, encontrava-se uma garotinha chamada Lizzie, que sem se importar com o tiroteio ocorrente do lado oposto da cerca do jardim em que estava deitada, continuava sonhando em voar ao céu azul, tocar a lua e embolsar uma estrela.
Colocou suas asas de borboletas feitas de plástico e correu em direção às ruas perigosas do centro da cidade. Onde centenas de corpos se encontravam estatelados nos chão junto a vários cartuchos de balas e armas de todos os tipos. Onde bombas e balas voavam inocentemente de um lado para o outro, até atingir seu alvo e tirar mais uma vida. Onde a realidade lhe atinge o peito com a força de um trator, transformando sua espinha em milhões de cacos miseráveis que logo serão esquecidos pelo mundo.
Lizzie subiu no prédio mais alto, na torre mais alta e ali permaneceu. O heliponto estava, exceto pela garotinha e os sonhos que carregava nos bolsos, nas costas e no sorriso.
Caminhou em direção ao nada, em direção ao céu, em direção às estrelas, com esperanças de voar. E caiu.
Seu rosto demonstrava alegria, alegria da qual ela nunca havia sentido antes.
Lizzie voou em direção ao chão com um sorriso estampado no rosto. Estava voando. Estava sonhando. Estava morta.

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